segunda-feira, 16 de abril de 2018

Competições e Mães de bailarinas - até onde chegar?




Lembro do primeiro episódio de Dance Moms quando eu ainda estava nos EUA.

Era o dia 13 de julho de 2011, e todos os meus amigos no meu estúdio de dança estavam muito ansiosos para ver o novo espetáculo de dança. 

Nessa época, a dança não era tão importante nos meios de comunicação, como o é hoje em dia, e tinha curiosidade em conhecer o mundo da dança competitiva porque nunca antes tinha sido uma bailarina de competição. 

À primeira vista, eram as mães que queriam que seus filhos tivessem tanto sucesso no mundo da dança, que gastavam muito dinheiro em estúdio, e seus filhos ganhavam uma tiara em um concurso de dança. 

Lembro do primeiro episódio, quando Paula não pôde lidar com sua filha, Mary, que queria deixar os testes em breve, porque não se sentia bem. 

Lembro-me da primeira luta de Vichy com a filha de sua prima, porque não queria tirar as manicures suas filhas, antes de entrarem no palco durante uma competição de dança. 

Lembro-me dos primeiros resultados da equipe "Party", onde as meninas mostraram a sua indignação e atitude no palco e receberam o primeiro lugar na competição. 

Assim como milhões de pessoas em todo o mundo, que me fascinou esta atuação; eu gostei de como as meninas e suas mães, sacrificam suas vidas e trabalham duro para tornar realidade os seus sonhos.
Eu gostei do entusiasmado que estavam as meninas, quando tinham o único, o belas que estavam no palco e menos felizes que estavam de ganhar, semana após semana. 

Como mãe de bailarina também senti dor como se Clara gostasse de ter outro hobby, mas eu não tinha opção, porque ela sempre tinha algo para dançar, quando Clara saiu do palco chorando porque se esqueceu a sua coreografia e quando Chloe teve que refazer a mesma música que um de seus rivais.

O problema com as mães das bailarinas é que o abuso mental no mundo da dança se normaliza.
É uma acusação extrema? Sim, claro. Mas não há nada de incomum nos EUA. 

Desde o primeiro dia do campeonato eu vi as meninas (Clara que tinha 8 anos e Chloe com 10) uma contra a outra em uma pirâmide de golpes principais, em que as meninas foram julgadas por suas habilidades de dança. 

A pirâmide não é onde acabam os cruéis bobagens. Por exemplo a Paula, que comentei anteriormente, tem feito todo o possível, a partir de introduzir uma vaga para até substituir constantemente as meninas por outras de meia-idade. 

A princípio, os fãs gostaram de evitar a loucura dos instrutores do campeonato, porque no final nós sabíamos que estava preocupado com os interesses dos bailarinos.
Quando ela estava pensando em parar de dançar, e o “instrutor” disse que um dia poderia ser um foguete se continuava a praticar e quando ele coreografou um pas de deux para Paula para celebrar a sua avó morta. 

Não parecia um abuso emocional, mas ainda assim olhei... e eu escutei o que as pessoas diziam.
Uma das notícias mais chocantes é a de a filha da Paula, que admite que a verdadeira razão por que deixou a banda e mostrou foi que a sua professora de dança, foi assassinada por causa de uma doença em que um olho não se abriu tanto como o outro. 

Outra história é a de Louis, que afirma que Paty sofria de um medo terrível e ainda ria, na cara dela. Até mesmo as gravações da exposição podemos ver como Louis tem favoritos, lhes retira todas as oportunidades para as meninas e as de fato boas, ficam para trás. 

As meninas são lindas? Sim. Como têm conseguido permanecer no mundo da dança, e no centro do palco? Não sei. Mas a minha pergunta para o mundo da dança é: o que é abuso emocional pouco, ou nada, realista para se ter sucesso?



Nenhum comentário:

Postar um comentário